sexta-feira, janeiro 11

ATÉ OS POBRES SÃO ROUBADOS

Poucos dias antes do Natal a população portuguesa foi surpreendida com a notícia de que o armazém da Comunidade Vida e Paz, instituição sem fins lucrativos e que apoia os sem abrigo de Lisboa, tinha sido assaltado e que do interior do mesmo teria sido furtado uma enorme quantidade de artigos, nomeadamente os enlatados que estavam preparados para confeccionar 4 500 refeições destinadas à consoada de Natal daquelas pessoas mais carenciadas.

Igualmente do citado armazém localizado na zona dos Olivais, foram furtadas 12 000 pares de meias novas, fruto de uma campanha lançada por aquela instituição e à qual aderiram pessoas e empresas com a melhor das boas vontades.

Por esta altura as Unidades Mórmones da Estaca de Setúbal, levaram também a efeito uma campanha de angariação de géneros alimentares e diversos outros artigos de que a Instituição Sol dos Meninos estaria carenciada e sem recursos financeiros para os adquirir.

Mobilizadas as famílias SUD, foi recolhido cerca de uma tonelada de artigos alimentares, especialmente comida destinada a bebés, artigos de higiene e demais produtos e artigos de que aquela Instituição estaria a necessitar.

Uma equipa do programa de voluntariado mórmon Mãos que Ajudam, transportaram toda a dádiva de Setúbal para as instalações daquela Instituição, no Montijo.

Posteriormente viemos a saber que atendendo à quantidade de géneros entregues, o que permite aos responsáveis pelo Sol dos Meninos ficarem mais descansados por terem uma boa provisão para 2008, os mesmos trataram de colocar em local menos acessível uma boa parte dos artigos doados, retirando para consumo os estritamente necessários.

Esta medida preventiva deve-se ao facto de também aquela instituição de apoio a crianças e bebés abandonados pelos seus progenitores ou a eles retirados porque não reúnem as menores condições, para além de receber pouco e tarde algum apoio estatal, ainda por cima também ser alvo da ganância, do desamor e do desrespeito por parte de ladrões que não olham a quaisquer meios para atingirem os seus fins.

Não é necessário ser polícia ou investigador para perceber que acções deste género não são perpetradas isoladamente, mas requerem organização, método e meios adequados, pelo que estamos em presença de grupos de meliantes.

A polícia deverá, por isso, ser célere nas investigações, dado que estas pessoas são as mais carenciadas entre as mais carenciadas e, portanto, as menos protegidas. A justiça deverá ter a mão pesada para este tipo de situações de forma a que os mais frágeis da nossa sociedade possam ser efectivamente protegidos, por um país que gostaríamos de ver governado por pessoas de bem e com espírito de missão.

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