UM MORMON FOI EXCOMUNGADO
Quando algo de grave acontece com um membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, um Conselho Disciplinar é então reunido, composto pelo Presidente de Estaca e seus Conselheiros, bem como os doze membros do Sumo Conselho da respectiva Estaca (equiparada a Diocese).
A excomunhão é a mais severa acção disciplinar da Igreja. De acordo com a orientação do Espírito, ela pode ser necessária para :
Casos de violação de convénios feitos nos Templos.
Para os membros que forem desassociados e não se arrependam.
Os membros cujo comportamento represente uma ameaça a outras pessoas e cuja condição de membro facilite o seu acesso às vitimas.
Serão também excomungados os líderes ou membros proeminentes cujas transgressões venham a macular de modo significativo o bom nome ou a influencia moral da Igreja na comunidade que tem conhecimento da transgressão.
A pessoa excomungada não tem nenhum dos privilégios do membro da Igreja. Não pode pagar o dizimo nem as ofertas, não pode ter uma recomendação para o Templo, ter cargos na Igreja nem exercer o sacerdócio de forma alguma. Ela deve ser incentivada a assistir às reuniões publicas da Igreja caso se comporte bem, mas não pode fazer discursos, proferir orações públicas, tomar o sacramento ou participar no voto de apoio a lideres da Igreja.
A excomunhão quase sempre dura pelo menos um ano. Se a pessoa mostrar verdadeiro arrependimento e cumprir as condições impostas quando foi excomungada, ela pode ser readmitida pelo baptismo e confirmação.
Em resumo, são estes alguns aspectos que norteiam os princípios da Igreja no referente à excomunhão dos seus membros. Este assunto, tem sido ultimamente notícia nos média, especialmente norte-americanos, com o consequente eco em diversos sítios e blogues na Internet, devido ao facto do irmão Chad Hardy ter sido alvo da mais grave sanção disciplinar da Igreja, a excomunhão.
O motivo que deu origem a esta sanção foi o facto dele ter promovido a edição de um calendário onde eram mostrados alguns missionários mórmons, sem camisa, numa pose menos correcta e que segundo os líderes da Igreja ofenderia a imagem publica da mesma. Do calendário em questão foram vendidos perto de 10 000 exemplares ao preço de US$14,99 cada, apresentava 12 fotos de homens sem camisa, todos missionários da Igreja. Os “modelos” escreveram ainda pequenas resenhas sobre as suas crenças religiosas.
De facto, o mesmo tipo de calendário tem sido promovido por diversas instituições e organizações, nomeadamente equipas desportivas, movimentos de defesa dos animais e até mesmo bombeiros, só que isso não se aplica aos missionários da Igreja, daí o motivo para a sanção disciplinar imposta.
Após ter sido excomungado o irmão Chad Hardy disse que: “Eles acharam que o calendário é inapropriado e que não é essa a imagem que a igreja deve ter”, acrescentou. “Não nutro qualquer mágoa por essas pessoas. Elas fizeram o que acharam que era certo fazer.”
Chad Hardy disse ainda que o calendário não tinha como objectivo questionar a igreja, que em todo o mundo conta com mais de 13 milhões de membros.
Porque todos erramos e somos seres que ainda não atingimos a perfeição, a Igreja condena o pecado e não o pecador, por isso, o membro alvo de sanção é sempre acompanhado pelos seus líderes, no sentido de ser devidamente apoiado e é isso que está a acontecer com este nosso irmão.
Rui Gaspar
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