terça-feira, janeiro 26

CONFERENCIA BRASILEIRA DE ESTUDOS MÓRMONS

Resumos das apresentações da Conferência III

Sessão C - Joseph diante de Adão: poder e ortodoxia na tradução de ensinamentos de Joseph Smith para o português (Antonio Trevisan Texeira)

A tradução tem sido historicamente um processo necessário de nossas civilizações, ao propiciar a difusão de narrativas, ideias e informações a públicos que não as receberiam de outra forma. A tradução de textos religiosos ocupa um lugar de particular importância na história da humanidade, ao auxiliar a expansão de crenças, práticas e instituições entre diferentes culturas que influenciam e são influenciadas por esses mesmos elementos, de forma análoga ao texto que influencia seu leitor e dele recebe novos significados. Nesse processo que vai muito além da correspondência entre dois sistemas linguísticos, o tradutor tem o papel de um leitor privilegiado, imbuído de mais poder do que o leitor da língua-alvo e igual ou maior poder do que o autor original, tornando-se assim um co-autor capaz de reescrever o texto e, dessa forma, intermediar a relação entre o autor e o leitor.

Para Joseph Smith, profeta fundador do mormonismo, o processo de tradução era tanto um dos meios pelo qual as antigas escrituras judaico-cristãs haviam sido corrompidas, quanto um dos meios divinos disponíveis para restaurá-las a seu sentido original, assim como para trazer à luz escrituras desconhecidas do cânone tradicional. Baseado em erros de tradução e em leituras distorcidas da Bíblia, o cristianismo tradicional não era passível de ser reformado, mas apenas meios divinos poderiam restabelecer o que fora ensinada por Jesus e os antigos profetas. A visão que Joseph Smith de si próprio como o "profeta, vidente e revelador" responsável por essa restauração era inseparável do papel que reivindicava como tradutor igualmente inspirado, para quem o princípio de fidelidade ao original era a essência da tradução.

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