UM DILEMA PARA OS NEGROS MÓRMONS AMERICANOS
Em quem votar?
Num mórmon branco ou num não mórmon negro? Este será o dilema para muitos
norte-americanos africanos ou seus descendentes quando forem às urnas nas
próximas eleições presidenciais.
Em baixo vemos a
posição tornada publica de uma membro da Igreja SUD que não votará Mitt Romney.
Publicado pelo The New York Times e veiculado pelo http://ultimosegundo.ig.com.br
Publicado pelo The New York Times e veiculado pelo http://ultimosegundo.ig.com.br
Eleição presidencial americana divide negros mórmons
Disputa entre candidato negro,
Barack Obama, e candidato mórmon, Mitt Romney simboliza conquistas das minorias
nos EUA
Quando Marguerite Driessen, uma
professora de Salt Lake City, entrou para a Universidade Brigham Young no
início dos anos 1980, foi a primeira negra que muitos estudantes mórmons
conheceram. Ela passou grande parte de seu tempo na universidade desmascarando
estereótipos. Depois, se converteu ao mormonismo e passou boa parte de sua vida
adulta corrigindo ideias de seus conhecidos sobre os mórmons.
Assim, a
disputa presidencial deste ano será marcante para ela, simbolizando a aceitação
duramente conquistada por minorias raciais e religiosas. "Um candidato mórmon (Mitt Romney) e um candidato negro (Barack Obama)? Quem
poderia imaginar algo assim?", disse Marguerite. "Acho que não
teríamos essa escolha há 30 anos."
Depois de examinar suas duas - e por
vezes conflitantes - identidades, ela decidiu que vai votar no presidente
Barack Obama. Marguerite acredita que muitas coisas no Livro dos Mórmons apoiam
a candidatura de Obama, como a passagem Mosias 29:39 e 23:13. "Ela diz que
cabe às pessoas eleger um representante que irá proteger suas liberdades",
disse Driessen, uma advogada constitucional. "Esse é o meu padrão."
Como negra, liberal e mórmon,
Marguerite representa um ponto de vista que contrasta com o perfil tradicional
dos fiéis mórmons: conservador, republicano e branco.
Enquanto muitos na comunidade da
Igreja estão torcendo por Romney, as vozes minoritárias mórmons são cada vez
mais assertivas, talvez por causa da força de seus números cada vez maiores.
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos
dos Últimos Dias tem tido um grande crescimento mundial através de seu trabalho
missionário, especialmente em países com grandes populações negras. Nos Estados
Unidos, esta é a segunda religião que mais cresce, segundo dados do último
censo.
Embora não divulguem dados sobre a raça
de seus membros, há Igrejas mórmons prósperas com centenas de membros negros em
muitas áreas urbanas, incluindo Washington, Chicago e Nova York, embora eles
sejam apenas uma pequena fração dos 6 milhões de mórmons americanos.
"Sinto muito orgulho de termos
um candidato mórmon e um candidato negro", disse Catherine Spruill, que é
de ascendência mista, como Obama, e mórmon, como Romney. "Sinto orgulho do
meu povo, porque a América escolheu isso."
Nenhum dos mórmons negros
entrevistados, no entanto, disse que irá decidir seu voto estritamente com base
na raça ou religião. Mas, sem dúvida, alguns mórmons negros ainda estão
indecisos sobre em quem votar.
"É difícil porque temos o
primeiro presidente negro, mas ele está concorrendo contra um candidato que tem
os valores em que eu acredito", disse Eddie Gist, 43, um mórmon negro que
vive em Salt Lake City. Gist disse que pode acabar mais inclinado a Romney,
acrescentando: "Em ambos os casos, não tenho como errar".
Paul Sleet, um programador que vive
em St. Louis, entrou para a Igreja Mórmon em 1989. Ele tem cinco filhos, um dos
quais está servindo como missionário.
"Tudo o que a Igreja representa
parece mais evidente em Michelle e Barack Obama", disse. "Sou 100%
mórmon e comprometido com a minha religião, mas nunca cheguei a pensar se teria
o mesmo orgulho de um presidente mórmon", disse. "Não sei se teria as
mesmas lágrimas nos meus olhos."
Por Susan Saulny
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