FUNERAL DO KEVIN SANTOS
O Bispo LANE FERRIN que privou com o Kevin como líder na sua ala norte-americana, foi convidado para na reunião fúnebre levada a efeito no Sábado, dia 9 de Agosto, ler a mensagem abaixo transcrita enviada de Portugal, e depor a coroa de flores mandada executar para o efeito, em nome da Estaca de Setúbal
Setúbal, Portugal, 8 de Agosto 2008
Amados irmãos e irmãs e família Domingues em particular.
Saudações da vossa família em Cristo que está aparte de vós tantos milhares de
quilómetros, na certeza que todos comungamos de uma mesma fé, de um só
baptismo e de um só Salvador e Senhor.
O nosso Salvador promete-nos o Consolador como companhia em todos os
momentos de nossa vida e tenho certeza de que neste momento de dor, as
orações de muitas centenas, senão milhares, em vários continentes, são em
vosso favor de forma a encontrarem este mesmo conforto.
Na realidade todos nós choramos convosco na vossa perda terrena mas
regozijamo-nos pelo facto do nosso irmão Kevin ter saído do perto de nós com um
coração voltado para o Senhor e unido na mesma fé que referi antes.
Nestes momentos todos os que são pais colocam as seguintes perguntas no seu
coração. Porquê? Porque motivo isto acontece? A dor de ver partir um filho ou
filha antes de nós próprios deve ser indescritível e apenas pode ser entendida por
quem vive essa situação (apenas pode ser imaginada numa ínfima parte por mim).
Da mesma forma que o amor paternal e maternal apenas pode ser entendido
porque quem é um pai ou uma mãe.
O nosso Pai Celeste compreende esse amor e dor. Ele é o Pai de todos nós no
espírito e Pai literal na carne do nosso Senhor e Salvador. Ele também assistiu à
morte física do Seu filho na cruz e a todo o sofrimento que antecedeu esse evento
tão importante nos nossos destinos eternos. Ele sabe e compreende essa alegria
de ser Pai e dor de ver um filho sofrer. Ele a todos os segundos observa todos os
Seus filhos que habitam esta Terra e sofre quando vê o potencial de muitos ser
perdido por escolhas erradas.
No entanto na Sua imensa sabedoria, Ele estabeleceu um plano, mesmo um plano
de Salvação que também é conhecido como Plano de Redenção ou Plano de
Felicidade… a morte faz parte desse plano assim como a vida, o nascimento e as
provações.
Na Sua imensa sabedoria um Salvador foi escolhido para que todos os que se
arrependessem pudessem voltar ao Pai, mesmo nas suas imperfeições,
salvaguardando a justiça e a misericórdia.
O Kevin sabia deste Plano! Ele desejava ensinar este Plano ao próximo através da
pregação do evangelho e de passar a palavra sobre a boa noticia do Salvador ter
ressuscitado e realizado uma expiação sem fim.
Gostaria de falar sobre esta esperança que está implícita neste Plano eterno. Esta
é a esperança que podemos estar com os nossos parentes e amigos não só para
esta vida para todo o sempre. Esta separação é apenas temporária mas um dia
terminará e isso é um consolo para as nossas almas.
O profeta Joseph Smith declarou acerca deste assunto:
“Tenho meditado sobre esse assunto e perguntado por que os bebés, as
crianças inocentes, são extraídos de nós (...). O Senhor leva muitas
crianças, mesmo na tenra infância, para que escapem da inveja dos
homens e das tristezas e males do mundo actual; elas são por demais
puras e belas para viver na Terra; portanto, se pensarmos correctamente,
ao invés de chorar teremos motivos para regozijar-nos por elas terem sido
libertadas do mal, e em breve as teremos connosco novamente.
(…)
As crianças (...) terão que ressuscitar tal como morreram; poderemos
então cuidar de nossos queridos bebés com a mesma glória e o mesmo
amor na glória celestial.” (Trechos extraídos de Ensinamentos dos
Presidentes da Igreja: Joseph Smith 2007, pág. 182–187)
Nos livros conhecidos como apócrifos vem o seguinte relativamente à condição do
Homem:
“Ora, Deus criou o homem para a imortalidade, e o fez à imagem de sua
própria natureza.” (Sabedoria 2:23)
Este conhecimento de que somos criados com a mesma natureza de Deus dá-nos
a esperança que viveremos num mundo melhor e isso ajuda-nos nesta vida de
alegrias, dor e provações.
No Livro de Mórmon é ensinado, numa das minhas escrituras favoritas e que
compartilho frequentemente no meu chamado actual, o seguinte:
“Portanto todos os que crêem em Deus podem, com segurança, esperar
por um mundo melhor, sim, até mesmo um lugar à mão direita de Deus,
esperança essa que vem pela fé e é uma âncora para a alma dos
homens, tornando-os seguros e constantes, sempre abundantes em
boas obras, sendo levados a glorificar a Deus.” (Éter 12:4)
Os membros da Estaca de Setúbal em lembrança do Kevin enviaram uma coroa
de flores constituída por cravos vermelhos e brancos. Como alguns de vós
saberão, os cravos vermelhos tem uma simbologia em Portugal ligada à libertação
da opressão devido a alguns acontecimentos na história recente do nosso país.
Portanto o cravo vermelho é um símbolo de liberdade na nossa cultura.
Que estes cravos vermelhos signifiquem a liberdade que o evangelho te deu
Kevin, que assim te livra da opressão do nosso inimigo comum, que deseja
destruir a nossa felicidade, e assim te juntas ao Pai. O Salvador derramou o Seu
sangue da mesma cor dos cravos para que obtivesses esta liberdade da morte
física e espiritual.
Que os cravos brancos sejam um símbolo do sitio onde estás neste momento,
Kevin... da tua própria natureza divina; que possas ensinar a verdade agora junto
de outras pessoas que precisam de se libertar.
Querida família Domingues e todos os irmãos e irmãs aqui presentes fisicamente
e em espírito. A expiação é real e afecta cada um de nós individualmente. Na
verdade o sacerdócio também é real na Igreja de Jesus Cristo e é através deste
poder selador que as famílias podem ser eternas, dando sempre graças ao
Senhor Jesus Cristo por tudo o que Ele passou para que isto fosse possível.
Toda a família da Estaca de Setúbal desejaria estar convosco para vos abraçar.
Todos somos membros da mesma família da fé e todos em união esperamos por
esse dia futuro onde nos encontraremos.
Como muito amor, da parte da Estaca de Setúbal, as nossas orações estão
convosco.
Bispo Luis Cordeiro
Ala de Setúbal II
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