quinta-feira, janeiro 1

MENSAGEM DE ANO NOVO DO BISPADO DA ALA SETÚBAL I – PORTUGAL

O tempo voa, os bébés nascidos ontem, são as crianças de hoje, as crianças que por aqui brincavam à pouco tempo, são os bonitos jovens que agora vemos e os jovens casais que aqui conhecemos , são os pares maduros de hoje, enquanto os casais mais antigos que também fazem parte desta grande família estão hoje a entrar, ou já entraram, na classe da chamada “terceira idade”, ou seja, os nossos sábios e prestativos idosos.

É assim a vida, acontece com todos os seres vivos, nascemos, desenvolvemo-nos e depois partimos quase tão rápido como chegamos.

Sabemos que, viemos a esta Terra para aprender mais, para sermos felizes e um dia, quando o Senhor o desejar possamos de novo voltar à Casa do Pai.

No entanto, importa saber o que é que nesta nossa passagem por aqui, aprendemos, e mais importante o que é que pusemos em prática, de forma a que um dia possamos partir, calma e tranquilamente dizendo como o fez Paulo : Combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé

Uma das coisas que são consideradas por muitos de nós como maiores entraves à nossa felicidade é precisamente aquilo que o Senhor nos deu a todos por igual; o tempo ! as 24 horas do dia. Mas, ao dar-nos o tempo, também nos foi dado o livre arbítrio e desta forma a maneira como o poderemos usar.

As últimas gerações tem vindo a ser sistemáticamente bombardeadas com publicidade agressiva, a qual tem por objectivo criar hábitos de consumo, que por sua vez custam muito dinheiro e criam necessidades fictícias, por vezes mesmo dependência. Muitos aspectos da economia global tem estado assente exactamente nesse fenómeno, do “faz de conta”, ou seja, faz de conta que somos ricos, quando não o somos, faz de conta que temos necessidade deste produto, quando não o temos, faz de conta que as acções desta empresa valem mais, quando elas valem menos. Sendo assim, a nossa vida real, que poderia ser calma, tranquila, sadia, de um momento para o outro, por termos entrado neste sistema, vamos deixando para trás as coisas simples da vida, sem sequer termos tempo para as observar, quanto mais para as admirar e vamos ficando enredados numa teia que nos obriga a trabalhar cada vez mais, sem termos tempo para nós e para os nossos, muito menos para sermos solidários com os outros.

A chamada crise mundial, está de certo modo a colocar uma certa ordem, um redireccionamento, não só na economia, mas também em muitas famílias ou pessoas individualmente. Este fenómeno, quanto a nós, não tem apenas aspectos negativos, também tem os seus aspectos positivos e tem tido a particularidade também de reorientar a nossa vida para as coisas mais simples, deixando-nos perceber que não é nas coisas materiais que está a felicidade, mas sim na unidade familiar que suplantará todas as crises económico/financeiras se para isso trabalharmos afincadamente, dado que a família é a pedra fundamental de qualquer sociedade.

Muitos dos nossos políticos e governantes têm vindo a anunciar que o ano de 2009 será um ano difícil do ponto de vista da economia. Mas se na área da grande economia pouco podemos fazer, o mesmo não acontecerá na gestão económica da nossa própria casa, aí podemos e devemos fazer um governo cuidadoso, seguindo os sábios conselhos que durante anos e anos nos foram ensinados pela Igreja. Não façamos dívidas, se possível livremo-nos delas; procuremos ser comedidos nas nossas compras, distinguindo o essencial do supérfluo; sejamos compradores atentos, o mesmo produto poderá ser vendido por preços bem diferentes de local para local; deixemos de ser “esquisitos” com os alimentos, uma boa sopa poderá ser muito mais nutritiva e barata do que um delicioso prato de outra qualquer coisa.

Vale a pena lembrar um dos muitos sábios conselhos dados ao povo mórmon pelo grande líder que foi o Presidente Brigham Young :

“Nunca julguem ter pão em quantidade suficiente a ponto de permitir que seus filhos desperdicem a casca ou o miolo desse alimento. Se um homem vale o equivalente a milhões de alqueires de trigo e milho, ele não é rico o suficiente para (…) lançar um grão que seja ao fogo. Que esse grão sirva de alimento ou volte outra vez para a terra, cumprindo assim o propósito para o qual cresceu. Lembrem-se, portanto, de que não devem desperdiçar nada, mas sim cuidar de tudo.”

O trabalho afincado e a poupança têm sido o segredo do sucesso mórmon.

Desde poupar nos consumos da electricidade, da água e nos combustíveis até fazer as compras nos supermercados que vendam os produtos mais baratos, passando pela gestão cuidada das despesas correntes. O resultado destas medidas traduzir-se-ão em melhores e mais eficientes meios disponíveis e numa criação de novos hábitos de economia que irão ter resultados altamente compensadores quando as coisas melhorarem.

Se estivermos dispostos a continuar a aplicar estes sábios conselhos e conhecimentos adquiridos, poderemos transformar 2009 não num ano negro de crise, mas sim num luminoso ano que marcou a renovação dos nossos hábitos e costumes.

Entretanto, não poderemos deixar de ser solidários, especialmente para com os mais necessitados, não poderemos deixar nunca, e agora ainda menos, de ser generosos com a entrega de dádivas para o Fundo de Jejum, sabido que é com essas doações que o Bispo irá apoiar as famílias carenciadas que não têm outros recursos senão a generosidade dos irmãos. Não podemos ser egoístas ao ponto de não doarmos UM euro que seja, por mês, para este Fundo que é provavelmente o mais importante da Igreja, porque ele acaba por ir beneficiar algum dos nossos irmãos. Hoje por ele, amanhã por nós !

À cerca de 150 anos pioneiros mórmons atravessaram vales e montanhas, em zonas inóspitas dos Estados Unidos, puxando carrinhos de mão com os seus parcos pertences, num curto espaço de tempo, partindo do zero, construíram cidades, desenvolveram o comercio e a industria, onde isso era inexistente e fizeram funcionar economias florescentes.

Aqui mesmo, em Portugal, na nossa cidade de Setúbal, à meio século atrás, nesta altura do ano uma boa parte da população não tinha pão para colocar na mesa, havia fome, no sentido literal do termo, era a altura do defeso da pesca da sardinha e a segurança social era praticamente inexistente.

Hoje temos outros meios à nossa disposição, outros conhecimentos adquiridos, ferramentas mais adaptadas, por isso vamos vencer, tenhamos nós a vontade para fazer a nossa parte que o Senhor nos abençoará com a Sua .

Que 2009 seja um ano glorioso, que ele seja um ano de mudança, para melhor em todos os aspectos da nossa vida terrena.

Façamos as nossas metas, não egoisticamente, mas incluindo sempre os que estão à nossa volta, ajudemos os mais fracos neste percurso, aqueles que mais necessitam do nosso apoio, tenhamos sempre no coração e na acção o lema da nossa Sociedade de Socorro, “A CARIDADE NUNCA FALHA” e é com este tema que o bispado da Ala Setúbal I – Portugal deseja que todos os seus irmãos em Cristo, em particular e todos os povos em geral, tenham, de facto, um bom ano de 2009.

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