quarta-feira, março 26

CUIDADO
Fraudes na Net apanham cada vez mais pessoas


CARLA AGUIAR

Propostas de trabalho ou vendas de carro podem ser perigosas.

A expansão das fraudes através da Internet, com propostas de emprego ou de artigos para vender, levou a Direcção-Geral do Consumidor a eleger esta como a semana de prevenção da fraude na Net. O objectivo, tal como explicou ao DN a subdirectora Mónica Andrade, é evitar burlas, como aquela em que caiu José (nome fictício), quando se apaixonou por um carro fantástico e baratinho que viu na Net. Ou impedir o engodo que atraiu Maria, aliciada para complementar os seus rendimentos, trabalhando a partir de sua casa. Ou proteger os que vão atrás dos prémios chorudos de lotarias internacionais.

Estes casos representam queixas reais chegadas à Direcção-Geral do Consumidor. Numa situação, um homem encontrou o carro dos seus sonhos publicitado na Internet por apenas 9950 euros, com a vantagem de não ter de pagar antecipadamente e de contar com sete dias para anular o negócio. Para credibilizar a rara oferta, o suposto vendedor contava que se havia mudado para o Reino Unido, tendo, por isso, necessidade de vender o carro, uma vez que não queria legalizá-lo lá. A entrega era prometida num prazo de 48 a 72 horas. Mas feito o pagamento, o comprador não só nunca recebeu o carro como, pior do que isso, nunca mais viu o dinheiro.

Nestes casos, a Direcção-Geral do Consumidor recomenda que há que certificar-se de que o vendedor está devidamente identificado, nunca se devendo comprar nada se o endereço for um apartado ou um endereço electrónico. Por outro lado, antes de transmitir os dados pessoais ou bancários deve certificar-se de que a informação é transmitida de uma forma segura, por exemplo, se o sítio electrónico é um http ou tem um ícone de cadeado. Por fim, nada como seguir o instinto: se lhe parecer bom demais para ser verdade então, provavelmente, é mesmo assim.

Outros casos - dos mais expressivos nas queixas chegadas à DGC -, são os relativos às propostas de trabalho para complementar os rendimentos, a partir de casa. Estas propostas tanto chegam por e-mail, como por anúncios de jornal ou panfletos deixados nos pára-brisas dos carros. Foi por e-mail que Maria, à procura de um rendimento extra para o seu orçamento familiar, foi confrontada com a pergunta sacramental: "Gostaria de ganhar mais 700 euros por semana na tranquilidade da sua casa colando selos em envelopes e dobrando circulares para serem colocadas em envelopes?"


Depois de responder afirmativamente, Maria recebeu rapidamente um cupão de inscrição em que lhe foram solicitados os seus dados pessoais e remeteu a quantia que lhe foi pedida "para efeitos de encomenda do material necessário para realizar o trabalho". Quando o material chegou, Maria verificou que se tratava de um conjunto de fotocópias descrevendo como veicular mensagens idênticas a solicitar dinheiro para o material de trabalho e esperar que outros como ela respondessem, enviando dinheiro, desta vez para si.

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