sexta-feira, janeiro 11

O LAPSO DO DEPUTADO MENDES BOTA

Os meios de comunicação social algarvios deram algum destaque ao comunicado que o deputado Mendes Bota enviou à Ministra da Cultura a propósito de, segundo ele, os genealogistas algarvios estarem em desvantagem em relação aos restantes do país, isto porque , segundo explica, salvo raras excepções, o Arquivo Distrital de Faro apenas conserva os registos paroquiais da Região posteriores a 1850. Todos os livros anteriores a 1850 encontram-se na Torre do Tombo, em Lisboa.

O deputado diz também que «estes microfilmes foram realizados há anos atrás pela Igreja Mormon, ao abrigo de um protocolo estabelecido com o Estado português. Quer a Igreja Mormon, quer a Torre do Tombo, vendem cópias desses microfilmes, a quem as quiser comprar. Só que sai dispendioso obrigar os genealogistas do Algarve a terem que adquirir os microfilmes, ou a deslocarem-se a Lisboa, para prosseguirem as suas investigações.»

O deputado do PSD algarvio, questiona o porquê destas dificuldades, pedindo à Ministra da Cultura que tome medidas no sentido da Torre do Tombo disponibilizar de imediato ao Arquivo Distrital de Faro todas as cópias dos microfilmes de todos os registos paroquiais do Algarve.

Este comunicado divulgado pelos órgãos de comunicação social algarvios foi alvo de diversos reparos, nomeadamente por parte de membros e não membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, no sentido de esclarecer o senhor Deputado de que a Igreja não vende microfilmes, os mesmos estão à disposição de todos os interessados nas cerca de duas dezenas de Bibliotecas de História da Família existentes em Portugal e nas mais de 4 500 existentes em todo o mundo.

Haverá no entanto, a pagar por parte do utilizador, uma comparticipação nas despesas de correio para a vinda de algum microfilme da Biblioteca europeia, sedeada na Alemanha, ou da Biblioteca central, sedeada em Salt Lake City nos Estados Unidos, no caso do mesmo não estar disponível no C.H.F. onde o utente vai pesquisar.

Toda a utilização dos espaços, dos equipamentos de pesquisa, bem como o apoio pessoal disponibilizados aos genealogistas, é gratuito e oferta da Igreja.

Imediatamente após a saída deste comunicado, tivemos a oportunidade de ler um bem elaborado texto produzido pela agencia noticiosa LUSA e pouco depois assistir a uma excelente reportagem passada na RTP 1 e 2

Fica assim esclarecido o lapso do deputado Mendes Bota quando afirmou que a Igreja Mórmon recebia dinheiro pelos microfilmes onde constam os registos de milhões de portugueses já falecidos.

Para saber mais sobre esta temática, sugerimos os sítios www.familysearch.org e www.familysearchwiki.org

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